Crisântemo lyrics

Songs   2025-01-08 20:25:36

Crisântemo lyrics

Ele bebeu, bebeu, tipo vencedor

E depois riu, riu, como o Bira do Jô

Cumprimentou todo mundo à la vereador

E subiu o morro estilo viatura

Ele nos deu, nos deu toda a fé de um pastor

Depois sumiu, sumiu deixando só a dor

Ignorou o aviso: devagar com o andor

E flertou por sobre a vida dura

Trafegou aéreo, dançou sério, pala

Serpente rasteja, credo, pobre mestre sala

O cigarro no bolso, barro, Für Elise embala

No solo onde impera, qualquer bonde é vala

Vai, toma outro drink, se é o que lhe resta

Toma outro drink, a vida é uma festa

Viaja Amyr Klink, faz eterna sua sesta, vai!

Nem deu tempo pra dizer bye bye

E a vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

É tudo, é nada

É um jogo que mata, é uma cilada

A vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

Padeceu, desceu, como na seca, flor

E nóiz seguiu, seguiu juntando o que restou

De uns retrato, disco, foi morar de favor

Bem quando vi que o mundo é sem Calma

Aconteceu, teceu, como Deus desenhou

E o que surtiu, surgiu um peito sofredor

Era rato, bicho, mofo, fedor

Mais saudade, que é sentir fome com a alma

E na ceia migalhas, no júri mil gralhas

Não jure, quem jura mente, pra sempre, fé falha

Vida, morte, números, hãn de neguinho

Aqui é cada um com a sua coroa de espinhos

Qual a sua droga? Tv, erva? hãn?

Qual a sua droga? Solidão, cerva?

Onde você se esconde? Onde se eleva, hein?

O que é seu, em terra de ninguém?

E a vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

É tudo, é nada

É um jogo que mata, é uma cilada

A vida é só um detalhe

A vida é só um detalhe

[Outro: Dona Jacira]

Era dia de Cosme, madrugada, chovia lá fora

De repente alguém chama, Jacira, sou eu, Luiz

Pressenti, Miguel morreu, o que mais poderia ser?

Além do mais, meu coração já estava apertado

Prevendo desgraça

Na festa do terreiro, a certa hora

O Erê subiu e quem desceu foi seu Sultão da Mata

Me chamou e disse: Pegue os meninos, vá pra casa

Disse: Prepare o coração e seja forte, vá!

Levantei, abri a porta e a desgraça se confirmou

Uma briga, o tombo, o seu Zé do Doce socorreu

Seu Zé é a representação do Estado no Jardim Fontális

Talvez ainda até hoje

Notícia pra dar, vaquinha pra enterrar, domingo

Justo eu, que me criei sem pai

Perder o pai já é uma tragédia

Perdê-lo na infância é sentir saudade

Não do que viveu, mas do que poderia ter vivido

O enterro, a volta, o olhar do menino marejando

Pensando longe, sem entender

E o meu coração apertado, sem conseguir explicar

O tempo foi encaixando tudo

Os pertences dele sempre no mesmo lugar

O velho chinelo abandonado respondem: ele não vai voltar

Os dias são escuros mesmo com sol quente

O silêncio de Miguelzinho cala, cada vez mais fundo no peito da gente

Quando o pai morre, a gente perde a mãe também

Eu já sabia o que era isso

Como pode alguém morrer no mesmo dia que nasceu?

  • Artist:Emicida
  • Album:O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui (2013)
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  • country:Brazil
  • Languages:Portuguese, Cape Verdean, English
  • Genre:Hip-Hop/Rap
  • Official site:http://www.emicida.com.br
  • Wiki:http://pt.wikipedia.org/wiki/Emicida
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