Homenagem às Crianças Vítimas da Violência no Rio lyrics

Songs   2024-12-22 02:35:51

Homenagem às Crianças Vítimas da Violência no Rio lyrics

[Introdução]

"Olha aí, ó, a bala aí, ó"

"E a tragédia no Rio"

"Mais um dia em que inocentes morreram"

"Eu tô destruída, moço"

"Depois de oito meses de reuniões"

"Finalmente o Governo do Estado divulgou o plano de segurança integrado com as Forças Federais"

"Torcer que a gente diminua esses índices"

"E mais uma criança baleada no Rio"

"Meu Deus! Esse é o nosso Rio de Janeiro"

[Verso]

Que tiro foi esse?

Não, não vou cair no chão, pelo menos agora

Eu também sou brincalhão, mas brincadeira tem hora

Lá fora, no meu Rio, cada vez mais gente chora

E cada vez mais gente boa tem vontade de ir embora

O Rio que a gente adora comemora o Carnaval

E a violência apavora, ou você acha normal?

A bomba que explode, o silêncio do medo

O suspiro da morte banal

O lamento de um povo que implora

Por uma vitória do bem sobre o mal

Atenção, confusão, invasão

Tiroteio fechando a avenida outra vez

Muita bala voando e acertando

Até mesmo as crianças; às vezes, bebês

Criança, meu irmão, não é estatística, é gente

Alguém de verdade

Como a Emily Neves, menininha linda

De três aninhos de idade

Tentativa de assalto, dez tiros no carro

Não é uma fatalidade

Uma dúzia de flores num caixão pequeno

E um adeus no jardim da saudade

João Pedro, quatro anos

Seguia pra igreja com o pai e os irmãos, quarta-feira

Mas um tiro acertou suas costas

E encheu de tristeza uma família inteira

O Luís Miguel, de sete anos

Em casa, levantou pra pedir um copo d'água

Mas levou uma bala perdida

E deixou sua mãe toda ensanguentada

Meu surdo, parece absurdo

Mas muitos se fazem de surdos, conseguem

Confundem um fuzil com foguete

Escondem os defuntos debaixo do tapete e seguem

Covardes, as autoridades

Zombam da situação

Político esperto explora o medo

E qualquer sentimento da população

A violência estúpida afeta todo mundo

Menos esses vagabundos lá da cúpula

Corrupta, hipócrita e nojenta

Que alimenta essa guerra

E, da guerra, há muito tempo se alimenta

Se morre mais um assaltante ou assaltado, tanto faz

Pra eles, nós somos todos iguais

Operários, empresários e presidiários e policiais:

Nós somos os otários ideais

Será que alguém duvida

Que a fortuna da corrupção bem investida

Teria salvo dezenas, centenas, milhares, milhões de vidas?

Desde que eu me conheço por gente

E até muito antes, quantas mortes de inocente

Valem cada anel de brilhante?

Governantes dão mal exemplo

E os valores são invertidos

Se o desonesto é malandro

O menor também quer ser bandido

Alguns, né, a minoria

Mas não o bom Jeremias, que cresceu lá na Maré

Com fé e sabedoria

Lendo livros, jogando uma bola

Estudando violão e bateria

A mãe desmaiou no enterro

Você não desmaiaria?

Que força você teria pra enterrar o seu garoto?

Que forças ainda temos

Pra nos amar, uns aos outros?

E nos armar de indignação por justiça e educação

Pra que essas e outras crianças

Não tenham morrido em vão

Sofia, Maria Eduarda, Caíque, Fernanda

Arthur, Paulo Henrique, Renan

Eduardo, Vanessa, Vitor

Esses foram ano passado

Quem será que vai ser amanhã?

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  • country:Brazil
  • Languages:Portuguese
  • Genre:Hip-Hop/Rap
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