Capítulo 4, Versículo 3 lyrics

Songs   2024-11-12 15:16:19

Capítulo 4, Versículo 3 lyrics

60% dos jovens de periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial

A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras

Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros

A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo

Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente

Minha intenção é ruim

Esvazia o lugar

Eu tô em cima, eu tô afim

Um, dois pra atirar

Eu sou bem pior do que você tá vendo

O preto aqui não tem dó

É 100% veneno

A primeira faz bum, a segunda faz tá

Eu tenho uma missão e não vou parar

Meu estilo é pesado e faz tremer o chão

Minha palavra vale um tiro e eu tenho muita munição

Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além

E tenho disposição pro mal e pro bem

Talvez eu seja um sádico

Ou um anjo

Um mágico

O juiz ou o réu

Um bandido do céu

Malandro ou otário

Padre sanguinário

Franco atirador se for necessário

Revolucionário

Insano

Ou marginal

Antigo e moderno

Imortal

Fronteira do céu com o inferno

Astral imprevisível

Como um ataque cardíaco

No verso

Violentamente pacífico

Verídico

Vim pra sabotar seu raciocínio

Vim pra abalar o seu sistema nervoso e sanguíneo

Pra mim ainda é pouco

Brown cachorro louco

Número 1 dia

Terrorista da periferia

Uni-duni-tê

O que eu tenho pra você

Um rap venenoso ou uma rajada de PT

E a profecia se fez como previsto

1 9 9 7 depois de Cristo

A fúria negra ressuscita outra vez

Racionais capítulo 4 - versículo 3

Aleluia, aleluia

Racionais no ar, filha da puta, pá, pá, pá

Faz frio em São Paulo

Pra mim tá sempre bom

Eu tô na rua de bombeta e moletom

Dim dim dom

Rap é o som

Que emana do opala marrom

E aí

Chama o Guilherme

Chama o Vander

Chama o Dinho

E o Gui

Marquinho chama o Éder, vamo aí

Se os outros manos vem, pela ordem tudo bem

Melhor

Quem é quem no bilhar no dominó

Colô dois manos

Um acenou pra mim

De jaco de cetim

De tênis, calça jeans

Ei Brown, sai fora

Nem vai, nem cola

Não vale a pena dar ideia nesses tipo aí

Ontem à noite eu vi na beira do asfalto

Tragando a morte, soprando a vida pro alto

Ó os cara só o pó, pele o osso

No fundo do poço, traz flagrante no bolso

Veja bem, ninguém é mais que ninguém

Veja bem, veja bem, eles são nosso irmãos também

Mas de cocaína e crack

Whisky e conhaque

Os manos morrem rapidinho sem lugar de destaque

Mas quem sou eu pra falar

De quem cheira ou quem fuma

Nem dá

Nunca te dei porra nenhuma

Você fuma o que vem

Entope o nariz

Bebe tudo o que vê

Faça o diabo feliz

Você vai terminar tipo o outro mano lá

Que era um preto tipo a

Ninguém entrava numa

Mó estilo

De calça Calvin Klein

E tênis puma

Um jeito humilde de ser

No trampo e no rolê

Curtia um funk

Jogava uma bola

Buscava a preta dele no portão da escola

Exemplo pra nós, mó moral, mó ibope

Mas começou colar com os branquinhos do shopping

"Aí já era"

Ih mano outra vida, outro pique

Só mina de elite

Balada, vários drink

Puta de butique

Toda aquela porra

Sexo sem limite

Sodoma e Gomorra

Faz uns nove anos

Tem uns quinze dias atrás eu vi o mano

Cê tem que vê

Pedindo cigarro pros tiozinho no ponto

Dente tudo zoado

Bolso sem nenhum conto

O cara cheira mal

As tia sente medo

Muito louco de sei lá o quê logo cedo

Agora não oferece mais perigo

Viciado

Doente

Fudido

Inofensivo

Um dia um PM negro veio embaçar

E disse pra eu me pôr no meu lugar

Eu vejo um mano nessas condições: não dá

Será assim que eu deveria estar?

Irmão, o demônio fode tudo ao seu redor

Pelo rádio, jornal, revista e outdoor

Te oferece dinheiro, conversa com calma

Contamina seu caráter, rouba sua alma

Depois te joga na merda sozinho

Transforma um preto tipo A num neguinho

Minha palavra alivia sua dor

Ilumina minha alma

Louvado seja o meu senhor

Que não deixa o mano aqui desandar ah

E nem sentar o dedo em nenhum pilantra

Mas que nenhum filha da puta ignore a minha lei

Racionais capítulo 4 versículo 3

Aleluia...aleluia...racionais no ar filha da puta, pá, pá, pá

Quatro minutos se passaram e ninguém viu

O monstro que nasceu em algum lugar do Brasil

Talvez o mano que trampa de baixo do carro sujo de óleo

Que enquadra o carro forte na febre com sangue nos olhos

O mano que entrega envelope o dia inteiro no sol

Ou o que vende chocolate de farol em farol

Talvez o cara que defende o pobre no tribunal

Ou que procura vida nova na condicional

Alguém num quarto de madeira lendo à luz de vela

Ouvindo um rádio velho no fundo de uma cela

Ou da família real de negro como eu sou

Um príncipe guerreiro que defende o gol

E eu não mudo mas eu não me iludo

Os mano cu de burro têm, eu sei de tudo

Em troca de dinheiro e um cargo bom

Tem mano que rebola e usa até batom

Vários patrícios falam merda pra todo mundo rir

Ah ah, pra ver branquinho aplaudir

É, na sua área tem fulano até pior

Cada um, cada um: você se sente só

Tem mano que te aponta uma pistola e fala sério

Explode sua cara por um toca fita velho

Click pláu pláu pláu e acabou

Sem dó e sem dor

Foda-se sua cor

Limpa o sangue com a camisa e manda se foder

Você sabe por quê? pra onde vai? pra quê?

Vai de bar em bar

Esquina em esquina

Pegar 50 conto

Trocar por cocaína

Enfim, o filme acabou pra você

A bala não é de festim

Aqui não tem dublê

Para os manos da Baixada Fluminense à Ceilândia

Eu sei, as ruas não são como a Disneylandia

De Guaianazes ao extremo sul de santo amaro

Ser um preto tipo A custa caro

É foda, foda é assistir a propaganda e ver

Não dá pra ter aquilo pra você

Playboy forgado de brinco: cu, trouxa

Roubado dentro do carro na avenida Rebouças

Correntinha das moça

As madame de bolsa

Dinheiro: não tive pai não sou herdeiro

Se eu fosse aquele cara que se humilha no sinal

Por menos de um real

Minha chance era pouca

Mas se eu fosse aquele moleque de touca

Que engatilha e enfia o cano dentro da sua boca

De quebrada sem roupa, você e sua mina

Um, dois

Nem me viu: já sumi na neblina

Mas não, permaneço vivo

Não sigo a mística

Vinte e sete anos contrariando a estatística

Seu comercial de TV não me engana

Eu não preciso de status nem fama

Seu carro e sua grana já não me seduz

E nem a sua puta de olhos azuis

Eu sou apenas um rapaz latino-americano

Apoiado por mais de 50 mil manos

Efeito colateral que o seu sistema fez

Racionais capítulo 4 versículo 3

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Racionais MC’s more
  • country:Brazil
  • Languages:Portuguese
  • Genre:Hip-Hop/Rap
  • Official site:https://www.facebook.com/racionaiscosanostra
  • Wiki:http://en.wikipedia.org/wiki/Racionais_Mc%27s
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